Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Santana: Janeiro de 2013


2013: Um ano marcado por mudanças na economia local, repercussões e perdas irreparáveis para nossa cidade.


1° de Janeiro de 2013 – Em solenidade realizada na Câmara Municipal de Santana, Robson Rocha Freires é empossado como 7° prefeito do município de Santana, acompanhado de sua vice-prefeita Professora Roselina Matos. Também são empossados os seguintes vereadores: José Roberto (PT), Richard Madureira (PT), Jailson Matos (DEM), Dr. Fábio Santos (PMDB), Ronilson Barriga (DEM), Josivaldo Abrantes (PSDB), Anderson Almeida (PR), Adelson Rocha (PSD), Socorro Balieiro (PR), Vicente Marques (PTN), Ivo Giusti (PSB), Claudomiro “Coló” Guedes (PPS) e Robson Coutinho (PSD). 

10 de Janeiro de 2013 – Em visita ao Estado do Amapá, o presidente da corporação indiana Zamim Ferrous, Pramod Agarwal, é recebido pelo governador amapaense Camilo Capiberibe, onde apresenta o projeto e plano de investimentos de US$ 120 milhões para o Amapá, vindo a gerar mais e 1.200 empregos nas áreas técnicas e administrativas. Na ocasião, o Presidente da empresa indiana ressaltou que tais investimentos também servirão para melhor adequar sistematicamente o Porto de Santana, que será indispensável para o andamento de tais projetos a serem desenvolvidos no Amapá. 

14 de Janeiro de 2013 – Em audiência com o prefeito de Macapá, Clécio Luís, o deputado estadual Manoel Brasil apresenta ao chefe do Executivo um projeto de grande impacto turístico e de urbanização envolvendo as duas maiores cidades amapaenses, denominado de Rodovia Litorânea, que ligaria a Orla do bairro Santa Inês (em Macapá) até o município vizinho de Santana, margeando o Rio Amazonas. 

20 de Janeiro de 2013 – A Controladoria Geral da União (CGU) divulga um relatório técnico identificando fraudes no programa “Bolsa Família”, desenvolvido pelo Governo Federal, e vinha sendo coordenado pela Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho e Cidadania de Santana. Segundo o relatório, técnicos do CGU constataram que pelo menos 3% dos beneficiários (correspondente a 362 pessoas) do programa no município santanense, em 2012, tinha vínculo empregatício em diferentes órgãos da administração municipal, estadual e até federal. 

21 de Janeiro de 2013 – Mesmo ainda não havendo um relatório final sobre a situação em que encontrou o município, o prefeito de Santana Robson Rocha calcula que dívida deixada pela gestão anterior ultrapasse R$ 100 milhões, onde cerca de R$ 20 milhões estariam somente relacionados com a Sanprev (instituição previdenciária do município), enquanto que outros R$ 10 milhões estariam ligados com operações irregulares feitas na Companhia Docas de Santana (CDSA), somadas com outras dívidas administrativas. 

26 de Janeiro de 2013 – Atraca no Porto de Santana, o transatlântico alemão “Marco Polo”, de procedência de Bahamas, trazendo cerca de 750 turistas da melhor idade, onde visitam diversos pontos turísticos do Estado como a Fortaleza de São José, o Museu Sacaca, o Monumento Marco Zero e a Casa do Artesão. 

26 de Janeiro de 2013 – O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) entrega a primeira etapa das obras de construção da nova sede do cartório Eleitoral da 6ª Zona Eleitoral de Santana.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A Criação dos Símbolos Municipais de Santana


Na foto, a Bandeira Municipal (cima) juntamente com o Brasão das Armas (em baixo) do município de Santana.

Em Fevereiro de 1989, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Santana, que tinha como titular a professora Maria Luiza Tavares de Souza, juntamente com seu Departamento de Cultura, Esporte e Lazer (o Diretor era Paulo César Gonçalves) apresentaram ao então prefeito de Santana Rosemiro Rocha a idéia de implantarem símbolos e um Hino no sistema de ensino público da cidade, como uma forma de demonstrar os valores artísticos, culturais e civis de seu povo. 

A idéia recebeu total aprovação do Chefe do Executivo santanense, que imediatamente autorizou o lançamento de um Edital de Concorrência, visando não apenas criar o Hino e a Bandeira, mas também o Escudo Municipal (Brasão). 

Em 11 de abril de 1989, é lançado o Edital do Concurso, contendo 12 itens que explicavam em detalhes os requisitos para as pessoas que estivessem interessadas em participar. Sob o tema “Identifique Seu Município”, o concurso escolheria os Símbolos que melhor representassem as tendências e valores sociais, econômicos e culturais do povo santanense, incluindo traços que informassem sobre a fauna e a flora regional. 

De acordo com o Edital, durante um mês (no período de 1º a 30 de maio daquele ano), os participantes que se inscreviam para o concurso apresentavam suas “criações” em papel tamanho Ofício, lacrando-os em envelope cor parda, identificando-se na capa com pseudônimos (nomes artísticos). Em paralelo com este envelope, os participantes colocavam sua identidade verdadeira em outro envelope, agora lacrado e contendo seu pseudônimo. 

Encerrado o prazo de entrega, somente na manhã do dia 15 de junho corrente, ocorreria na sede do Independente Esporte Clube, a apresentação pública e a escolha final dos símbolos do município de Santana. Numa solenidade que contou com a presença da secretária Municipal de Educação, professora Maria Luiza Tavares (assim como inúmeros populares), o Júri era composto por pessoas completamente inteiradas sobre os assuntos (professores, magistrados e historiadores de Macapá), e se surpreenderam com a quantidade de trabalhos inscritos para o certame: ao todo foram inscritos 05 Hinos, 43 Bandeiras e 45 Brasões (Escudos), onde apenas um viria a representar cada categoria. 

Para a escolha do Hino, o júri estava composto pela Professora de Literatura Cezarlina Souza, o Capitão da Polícia Militar PM Emídio Gaspar, o Subtenente e maestro de música Juvenal Filho, e as Professoras de Música Meire Lobato e Leila Soares da Cunha. 

Os escolhidos para compor o Júri da escolha da Bandeira e escudo foram o Professor Manoel Bispo Corrêa (diretor da Escola de Artes Cândido Portinari), o artista plástico Olivar Cunha, o professor Dagoberto D. Costa (Bacharel em História), o Capitão da Polícia Militar PM João Estoesse Monteiro de Araújo e Orlando de Oliveira Borges (1° Tenente Farmacêutico do 3° BEF). 

Os Vencedores
Os candidatos concorreram com seus pseudônimos para melhor lisura, tendo em vista que a criatividade e a qualidade dos temas foram os itens responsáveis pela escolha. Para o Hino, Elaine de Araújo Ferreira (com pseudônimo de “Guerreira Tucujus”) foi escolhida com letra e música, sendo que Elivaldo de Oliveira Guimarães (“Ptácito”) foi o ganhador com melhor Brasão e Nazareno de Queiroz Silva (“Yanomany”) com a melhor Bandeira. 

Os ganhadores receberam medalhas, além de um prêmio no valor de Cr$ 500,00 (hoje cerca de R$ 400), enquanto que os demais participantes receberam medalhas de honra ao mérito. 

Dias após a escolha dos símbolos municipais, a secretária de Educação Professora Maria Luiza Tavares encaminhou ao prefeito de Santana Rosemiro Rocha o cronograma de entrega e distribuição dos novos símbolos para a rede de ensino municipal, como forma de logo implantá-los no sistema cultural de ensino das escolas.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Festa na Milionésima Tonelada de manganês em Santana


28.05.1958 - Chegada do trem icomiano ao pátio da empresa, em Santana, descrevendo na faixa frontal sobre a quantidade alcançada pela mineradora em menos de dois anos de operações no Amapá.
 
 
A área de estocagem mineral da Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI), na pequena vila portuária de Santana era pequena para tantas pessoas que se aglomeravam desde as primeiras horas ensolaradas daquela manhã de 28 de maio de 1958. Eram líderes religiosos, comunitários, além de diversas autoridades políticas do então Território Federal do Amapá, entre elas, o governador Pauxy Nunes, acompanhado de sua comitiva.
 
Este seria o segundo grande registro mais importante da história da exportação de minério de manganês explorado do Amapá por mais de 40 anos (de 1957 a 1998) com seus objetivos comerciais para o mercado nacional e internacional. O primeiro seria na tarde do dia 09 de outubro de 1956, quando ocorreu o primeiro despejo de minério de manganês no pátio industrial da ICOMI, em Santana, após ser retirado das minas manganíferas de Serra do Navio.
 
Com o início do processo de exportação de minério, a partir de janeiro de 1957, o pátio de estocagem da mineradora se manteria constantemente limitado pelo principal produto mineral que identificaria a economia do Amapá. Para isso acontecer, foi montada toda uma estrutura ferroviária para interligar a região das minas com o cais de embarque, situado no atual município de Santana.
 
De março de 1954 a Outubro de 1956, foram construídos quase 200km de estrada férrea, envolvendo cerca de 300 braçais que se “debruçaram” duramente em duas frentes de trabalho, durante o dia e até parte da noite, para assim concluírem uma das conhecidas linhas ferroviárias do Brasil: a Estrada de Ferro do Amapá (EFA).
 
Depois do primeiro embarque de minério de manganês, deixando o Porto Industrial da ICOMI – fato este ocorrido em 12 de janeiro de 1957 –, seria quase que semanal a presença de grandes cargueiros nacionais e internacionais que levariam milhares de toneladas da nossa mais preciosa riqueza mineral. Somente naquele seu primeiro ano de operação (1957), a ICOMI exportou quase 670 mil toneladas de manganês, seguidos exclusivamente para a América do Norte (EUA).
 
No ano seguinte, a produção exportadora da mineradora repercutiria positivamente para outros continentes (Europa e Ásia) que logo demonstrariam grande interesse sobre o minério daqui explorado. Tanto que obrigou a ICOMI a adquirir novos maquinários para complementar sua estrutura técnica.
 
Após a compra de novos equipamentos, foi-se então decidido que dois importantes eventos seriam simultaneamente realizados (na mesma data): com a presença de toda a cúpula administrativa da ICOMI (contando também seu Diretor-Presidente Dr.º Augusto Trajano Antunes), além de autoridades territoriais e a comunidade amapaense, assistiriam a chegada da milionésima tonelada de minério de manganês (vindos de Serra do Navio), trazidos em 30 vagões que despejariam o minério no pátio industrial da empresa em Santana.
 
O ato seria marcado com a inaguração de uma placa significativa ao momento, descrito: “Esta Pilha completa o 1º milhão de minério de manganês, beneficiado pela ICOMI. Maio-28-58”.
 
Logo depois desta cerimônia, a comitiva governamental, juntamente com diretores da mineradora, seguiram para o cais de embarque, onde assistiriam o desembarque de novos materiais e equipamentos adquiridos pela ICOMI, para a composição do sistema ferroviário do Amapá. Entre mais de 2.000 novos dormentes, 68 assentos duplos (bancos internos), também vieram 50 novos vagões para agilizar no transporte do minério de manganês vindo das minas de Serra do Navio.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O Quinzenário “Cidade de Santana”


Circulação: Fever./2005 a Maio/2007.
Total de publicações: 31 edições. 

No dia 22 de fevereiro de 2005 circulava no segundo maior município do Amapá, um novo quinzenário, de modo a informar ao povo daquela região os principais fatos políticos e sociais da cidade. Nascia o jornal “Cidade de Santana”

Inicialmente contendo 08 páginas, destacou em sua 1ª edição a sessão inaugural da 5ª Legislatura santanense, com a posse dos 10 novos vereadores recém-empossados, onde cada edil comentou seus objetivos a serem cumpridos em suas funções, em prol da população que o elegeram. O então prefeito eleito José Antônio Nogueira também deixou claro suas metas em discurso publicado no marco inicial desse jornal. 

Sob a responsabilidade de um veterano da comunicação amapaense, o editor-chefe era Jsoeli Dias. Logo nas primeiras edições posteriores, grandes profissionais da sociedade santanense passaram a integrar esse veículo de comunicação que se tornaria conhecido na cidade portuária do Amapá. 

Na segunda edição do quinzenário (10/03/2005), o desportista Edinaelson “Tóia” Corrêa, que na época era Chefe do Gabinete da presidência da Câmara de Vereadores de Santana, estreava sua coluna de esportes no jornal, noticiando os campeonatos locais e biografando a carreira esportiva de celebridades do futebol santanense, muitos daqueles que fizeram nome nas décadas de 1960 e 1970. 

O jornal, que também era dividido em diversas colunas jornalísticas, como esportes, política, sociedade e outros assuntos, passaria também a conduzir uma metodologia bastante conceituada e correspondida pelos leitores, que seria a historiografia local. 

A coluna era assinada pelo pesquisador Emanoel Jordânio (coordenador deste blog), que estreava na terceira edição do jornal, com a publicação de um extenso artigo sobre a existência do Orfanato “São José”, construído na Ilha de Santana, onde ali funcionou entre as décadas de 1940 e 1960. 

Naturalizado santanense desde 1985, quando passou a colecionar notícias e assuntos referentes ao município de Santana, contenho, atualmente mais de 10 mil dados históricos que registram o desenvolvimento socioeconômico da região. 

O resultado dessas pesquisas destacava-se no resgate histórico e cultural que era publicado em artigos e documentários produzidos para o referido jornal quinzenal. As matérias recebiam outro complemento histórico com a publicação dos fatos marcantes que ocorreram na referida data de circulação desse periódico. Entre outras palavras, um verdadeiro “arsenal” de informações que relatava o progresso desse povo. 

A partir de sua 6ª edição (28/04/2005), o “Cidade de Santana” publicaria os balanços do Legislativo municipal e diversos relatórios complementares, todos executados pela Prefeitura de Santana. 

De meados de Junho até Julho de 2005 (quase dois meses), o periódico não circulou por questões administrativas e financeiras, retomando às atividades no início de agosto corrente. 

Algumas razões profissionais (por força maior) não disponibilizaram um tempo mais considerável para que o desportista Edinaelson “Tóia” continuasse na equipe do quinzenário, o que obrigou-lhe a se afastar de sua coluna, dando incentivo a um novo colunista de esportes, Castelo Branco. 

Para comemorar os 18 anos de emancipação política do município de Santana, o quinzenário publicou, em duas edições consecutivas, um extenso documentário cronológico, contando os principais fatos ocorridos na cidade desde sua transformação política (em 1987) até 2005. 

Em sua última edição de 2005 (22/12/2005), o quinzenário fez a cobertura exclusiva da visita do então Presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva ao município de Santana, fato ocorrido na tarde do dia 20 de dezembro de 2005, onde o Chefe da Nação participou da assinatura do convênio para a construção do Terminal Pesqueiro do município. 

Permaneceu em circulação até maio de 2007, sendo este o segundo veículo de comunicação a se manter mais tempo de atividades, ficando atrás do histórico “Jornal do Porto”.

sábado, 9 de novembro de 2013

A Primeira Escola da Vila de Igarapé do Lago


Aspecto inaugural da nova sede da escola primária da vila rural de Igarapé do lago, ocorrido em 04.03.1948.

Até o início da década de 1940,o distrito rural de Igarapé do Lago (hoje pertencente ao município de Santana) não passava de um pequeno vilarejo quilombola, onde ali residia não mais que 150 pessoas, todas remanescentes de escravos que viveram nas tais regiões, que após a abolição da escravatura (isto ocorrido em 1888), decidiram se manter fixos numa fazenda que pertencia a uma poderosa posseira da região, onde produziriam sua própria alimentação através da agricultura e da pesca artesanal. 

Com a criação do (extinto) Território Federal do Amapá e sua instalação, houve grande interesse do Governo Amapaense em implantar educandários em diversas localidades espalhadas pela nova unidade federativa recém-criada. 

Através do Decreto n.º 03/44, de 02 de fevereiro de 1944, o então Governador do Amapá Capitão Janary Gentil Nunes seriam criadas 06 novas escolas isoladas grupos em algumas localidades interioranas do território amapaense, entre elas, uma seria montada na vila de Igarapé do Lago. 

Ainda no mês de fevereiro corrente, iniciaram-se as aulas em duas pequenas salas que foram provisoriamente montadas (de maneira rudimentar) ao lado da casa do Senhor Manoel Barreto, um dos moradores mais tradicionais daquela vila. 

De acordo com registros, foram matriculados 95 alunos, sendo 51 meninos e 44 meninas. A primeira professora foi a novata Arnalda Ribeiro Pais, indicada pela Divisão de Educação do Governo do Amapá. Como forma de evitar uma sobrecarga de serviços pedagógicos, a Professora Arnalda organizou duas classes para o Ensino Primário (antiga 1ª a 4ª série), dividindo uma turma pela manhã e outra pelo horário da tarde. 

As aulas se mantiveram funcionando nesse regime criado pela primeira professora até sua transferência, ocorrida em maio de 1946, quando para aquela comunidade foi enviado o professor Carlos Andrade de Lima, que logo observou a precariedade física do local onde eram realizadas as aulas e enviou inúmeras solicitações ao Poder Executivo, pedindo pela imediata construção de um prédio próprio que atendesse as necessidades educacionais daquela comunidade. Somente no final de 1947 que a Divisão de Educação do Governo do Amapá conseguiu colocar no Orçamento Anual o pedido para construção de uma sede própria para funcionar o Grupo Escolar existente na região de Igarapé do Lago. 

Após um período de quase três meses para sua construção, a comunidade quilombola foi antecipadamente comunicada sobre a inauguração da escola que ocorreria ainda no primeiro semestre de 1948. A data de entrega do novo prédio foi logo marcada como momento histórico na vila: o dia seria 04 de março daquele ano (1948). 

No tão esperado dia, diversas autoridades territoriais estiveram presentes na vila de Igarapé do Lago para participarem do evento. Passava das 14hs quando o Governador do Amapá Capitão Janary Nunes, acompanhado do Deputado Federal Dr. Coaracy Nunes, dos juízes Uriel de Araújo e Ribamar de Moura, do prefeito de Macapá José Serra e Silva, dos diretores de Divisão Dr.º Álvaro Simões, Dr.º Hermógenes de Lima Filho, Marcílio Viana e Demóstenes Fernandes, além de lideranças comunitárias desembarcaram da lancha “Delta” no trapiche da vila. 

Na sede da nova escola discursaram do Sr.º Diretor da Divisão de Educação que logo fez uma oração alusiva ao ato, onde logo depois o governado amapaense transcorreu com a inauguração, onde convidou o Prefeito Serra e Silva para cortar a fita simbólica, sendo esta feita sob uma salva de palmas dos presentes, formalizando assim a inauguração da primeira instituição de ensino da comunidade quilombola de Igarapé do Lago.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Mestre Redimilson Anselmo Nobre (1954-2013)


Professor, ex-vereador, ex-vice-prefeito do município de Santana e portador de um coração grandioso. A trajetória de vida dele foi um rosário de vitórias. Nascido na localidade de Limão, no município de Calçoene em 25 de maio de 1954. Filho de Francisco Corrêa Nobre e Gentila Anselmo. O pai, um dos pioneiros de Santana, começou sua vida como comerciante e a mãe, professora. Sendo ele o quinto de uma prole de oito irmãos, iniciou os estudos no Grupo Escolar Porto de Macapá onde a mãe lecionava. Depois transferiu-se para o Grupo Escolar Barroso Tostes, na Vila Dr.º Maia. Concluiu o então curso primário e o colegial no Ginásio Augusto Antunes. Como não havia o 2º grau em Santana, foi estudar no Colégio Amapaense, em Macapá.
Como era de praxe, quem podia e desejava concluir o curso superior teria que ir para Belém (PA) ou para outros centros. Na capital paraense, formou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Fez pós-graduação em Ciências Políticas. Ao retornar para o então Território Federal do Amapá ingressou no magistério. Foi professor de Geografia e Ciências Sociais, no Colégio Amapaense, onde exerceu a função de vice-diretor. Em Santana lecionou as mesmas disciplinas na Escola Estadual Barroso Tostes. Nesta instituição de ensino chegou ao status de diretor.
Orgulho dos Pais – Tinha boas recordações da infância vivida na pequena vila portuária de Santana. Contava com orgulho da proteção e do carinho dos pais, que lhe ensinaram os valores morais e espirituais. A mãe era uma figura do anjo da guarda. Católico convicto e praticante, sempre acompanhado pelos pais, ia cedo para a igreja. E foi justamente na igreja, no Movimento Cristão, que Redimilson Nobre revelou-se como um bom orador, debatedor, inquieto, filósofo e com grande poder de persuasão. A convivência em grupo lhe ensinou a arte da liderança. Aos poucos ia se consolidando o futuro político. Com um caráter sedimentado nos valores da sinceridade, lealdade, honestidade, teve a coragem de dizer o que pensava e a humildade de pedir desculpas quando errava.
Era às vezes intempestivo, mas com o tempo, um homem com todas as razões, na qual dominava seu ímpeto, um comportamento herdado pelo pai. O “seu” Francisco Nobre (também conhecido como “Chico Jacaré”) foi o primeiro Agente Distrital de Santana e havia ganhado da Indústria e Comércio de Minérios S/A (ICOMI), o Projeto Urbano da Vila Maia. “Os engenheiros do extinto Projeto Rondon ficaram fascinado pelo Plano Urbanístico e pediram o projeto emprestado do meu pai, alegando que iriam apresentá-lo na Universidade Federal do Rio de Janeiro e nunca mais trouxeram o projeto de volta. Tempos depois fiquei sabendo que um engenheiro havia sido agraciado com um mérito honroso, apresentando esse projeto como se fosse de autoria dele”, contou magoado o professor.
Um aluno Brilhante – Quem conviveu na infância com Redimilson Nobre relatou que ele sempre demonstrou ser um aluno brilhante, tirando as melhores notas e se destacando em todas as tarefas escolares. Quando universitário, em Belém (PA), notabilizou-se por estar entre os cinco melhores alunos, durante todo o curso. “Não nasci para fazer trabalhos braçais. Por isso sempre procurei estudar, ser o melhor em tudo. Queria assegurar o espaço de destaque na sociedade. Este sempre foi o meu princípio, meio e fim”, comentou Redimilson. Como aluno modelo do Colégio Amapaense, Redimilson foi agraciado várias vezes, pela imprensa amapaense, com o título de “O Grande Estudante”.
No período de 07 a 15 de agosto de 1974 representou o Território do Amapá, no Rio de Janeiro e São Paulo, na Maratona Euclidiana, onde palestras sobre a vida e obra do escritor Euclides da Cunha, eram proferidas por estudantes que representavam Estados e Territórios brasileiros.
O jovem estudante Redimilson Nobre foi escolhido por uma comissão de associados do Lions Clube de Macapá, que havia recebido o convite do evento da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo do Estado de São Paulo (SP). Redimilson arrebatou o honroso 3º lugar para o Amapá, mesmo tendo disputado com renomados estudantes de todo o país. “Foi a glória amapaense brilhando lá fora”, assim estampava a imprensa da época. Após a conclusão do curso submeteu-se ao concurso público na Capital Federal (Brasília-DF), sendo um dos primeiros colocados. Devido a excelente pontuação, teve o privilégio de escolher o Estado onde gostaria de trabalhar. Decidiu então retornar para a pequena e humilde cidade portuária de Santana (Amapá), com isso, lembrando sempre que o ensino público do então Território do Amapá era bem mais eficiente que hoje.
Resgatando os Velhos Tempos – Redimilson lamentou sobre a qualidade recente do ensino público, se comparado à sua época, onde hoje os alunos de escolas particulares superam em muito os das escolas públicas, deixando-os em desigualdade na concorrência tanto para o vestibular quanto para outros concursos. Criticou duramente a proliferação de inúmeras faculdades e escolas particulares que se formavam constantemente no Amapá. Constatou que o ensino supletivo era uma indústria de analfabetos, onde o aluno não sabia nem o que estava fazendo. Não tendo metas nem destinos, muito menos chance de sonhar com uma universidade. Enquanto professor do ensino público, ele primava pelo que fez por que era um sacerdote. Esteve arrebatando inumeros colegas de salas-de-aula (professores) e tentou repetir façanhas históricas como ocorrido na década de 1970, quando os estudantes do país inteiro disseram não ao ensino privado.
Antigamente, o ensino escolar rigoroso, mas o estudante amapaense estava preparado para garantir seu espaço na universidade. “Havia uma espécie de rivalidade saudável para ficar no pódium de melhor aluno. Como santanense também entrava no jogo e sempre fui destaque.”, dizia Redimilson com um sorriso aberto e com ar de vitorioso.
Política no Sangue – Dizia que todo mundo nascia político. “O homem é um ser político”, falava. Ainda na década de 1970, o jovem estudante já apresentava o dom da comunicação, da expressão, da liderança, estando envolvido com grupos de jovens, movimentos estudantis e outras atividades que interagissem com a sociedade. Fundou o Clube Jovem de Santana e foi presidente do Grêmio Estudantil, por onde passou. Por ser contestador, falante, sempre foi atração. Por isso foi chamado na Fortaleza de São José de Macapá (em 1977), durante o período ditatorial, por suspeita de envolvimento subversivo. Após o interrogatório, foi publicamente elogiado pelas atividades sociais e esportivas que vinha realizando.
Nada de Radicalismo – Professor Redimilson se dizia moderado. Não concordava com o radicalismo da esquerda, que para ele era um socialismo irreal. Acreditava que se mesclar as idéias, equilibrando na balança o que é bom da direita e da esquerda, e aplicando na vida práitca, visaria o bem estar de todos. Como militante partidário, se considerava um autêntico liberal. Devido a esse pensamento e envolvimento social, foi Vereador de Macapá em dois mandatos. A primeira foi em Novembro de 1982, eleito com 1.223 votos, tornando-se um dos três legisladores que representariam Santana na Câmara Macapaense. Para ele, o bom político não prcisava ostentar o poderio econômico, e sim, ser votado por uma opção de melhoria e bem-estar da comunidade, e não por vaidade pessoal.
Em seu primeiro mandato municipal, acompanhou a construção de diversas obras em Macapá e Santana, assim como também paresentou inúmeros Projetos de Lei de sua autoria que foram debatidos e aprovados. Tais como: a construção de uma feira livre no bairro Nova Brasília, em Santana (PL 031/85); a expansaão de lotes urbanos no Jardim Paraíso em Santana (PL 042/85); a colocação de linhasde ônibus para atender os bairros Congós e Muca, ambos se formavam aleatoriamente em meados da década de 1980 (PL 088/85), entre outros requerimentos.
Devido o eloqüente e sensato discurso, sempre foi a atração na Tribuna da Câmara Municipal de Macapá, retornando na legislatura seguinte, reeleito com 1.589 votos. Em 09 de Novembro de 1987, funda em Santana a ELOS (Esporte, Lazer, Organização e Solidariedade), contendo 52 artigos em seu estatuto. Em 1987, atuou como Membro da Comissão de Justiça e Redação do legislativo macapaense, assim como secretário da Comissão de Educação, Saúde e Assistência Social. Participou do II Congresso Municipal do Brasil, em Brasília (DF); participou do XIII Simpósio Tributário, no Rio de Janeiro (RJ); e esteve no XXIV Encontro Nacional de Vereadores, em Natal (RN).
Como vereador questionou duramente sobre os inúmeros problemas sociais que aflingiam as populações de Macapá e Santana, principalmente de sua cidade (Santana), entre muitas reivindicações, houve duas grandes situações que repercutiram na época (1987) na imprensa local e nacional: a permanência de barracas construídas em alvenaria que serviriam de feira popular, ao longo do muro de proteção da empresa ICOMI, na área portuária de Santana. Como na época a Prefeitura de Macapá somente autorizou 32 barraqueiros, fiscais constataram que já haviam mais de 80 barracas montadas no local, onde muitas até já serviam de moradia (o que era proibido na época). Outro fato ocorreu em fevereiro de 1988, quando Redimilson apresentou na Câmara de Vereadores de Macapá, o Projeto de Lei 017/88, que obrigaria a mineradora ICOMI a desativar sua lixeira e auxiliar o Poder Público Municipal na procura de um novo local para a implantação de uma lixeira para uso público, pois, como o recém-criado município de Santana já sofreria com possíveis crescimentos de ordem populacional, a cidade de Santana correria um sério risco de ver uma lixeira doméstica se formar no meio da cidade. A mineradora ainda tentou rebater sobre a situação e manter a lixeira, mas depois acatou o pedido.
Em maio de 1993 recebe o convite do então prefeito de Santana Geovani Borges para assumir a Secretaria Municipal de Educação de Santana no lugar da professora Maria Aparecida, ficando no cargo até junho de 1995. Durante dois anos demonstrou sua capacidade de administrar, onde atualizou o fornecimento de merenda escolar nas instituições de ensino do município; ampliou consideravelmente o número de vagas nas escolas rurais e urbanas de Santana; ajudou na fundação do Conselho Municipal de Educação de Santana em 1994; Participou da reorganização do Conselho Estadual de Educação; entre outas ações.
Vida ModestaDe vida simples, mas sempre atuante foi se mantendo com prestígio no município de Santana, até que em junho de 2000, receberia um convite para integrar a chapa do então Deputado Estadual Rosemiro Rocha para compor na campanha municipal, sendo o candidato como vice-prefeito. Com a vitória de Rosemiro, ainda acumulou o cargo de Secretário Municipal de Saúde por oito meses, fortalecendo os postos de saúde com medicamentos e entregando os postos de saúde da Área Portuária e da Ilha de Santana (recém-reformados).
Mas não só de política partidária viveria o mestre Redimilson. Era torcedor fanático do Flamengo e do Independente Esporte Clube. Criticava severamente os profissionais que não exerciam o sacerdócio do trabalho com amor, dedicação e devoção. Era também contrário aos baixos salários dos servidores, mas dizia que isso também não justificava o descaso, o péssimo atendimento, o destrato com as pessoas, principalmente as mais humildes.
Um dos grandes sonhos de Redimilson era ver todos na escola, com direito à saúde preventiva e curativa, com salários capazes de prover as pessoas de uma vida digna, saudável, alegre, feliz, que não houvesse tanta desigualdade social. Como fervoroso cristão, dizia que esta vida era passageira e que cada um de nós temos uma missão a cumprir, um compromisso com Deus. Deixou-nos na noite de 09 de Agosto de 2013, vítima de parada cardiorespiratória, pois sofria de problemas renais crônicos.
Perderia Santana um filho, mas nossa história ganharia um mito a ser registrado por seu trabalho.

domingo, 28 de julho de 2013

"Jornal de Santana"


Período de circulação: Setembro/1990 a Junho/2000.
Total de publicações: 28 edições.
Fundado no dia 20 de Setembro de 1990, o “Jornal de Santana” foi na verdade uma segunda tentativa do empresário Ranolfo Gato em divulgar os fatos relacionados ao recém-criado município de Santana.
Inicialmente passou a circular de forma quinzenal durante sete meses, porém, a falta de investimentos fizeram o jornal paralisar por quase um ano, retornando em janeiro de 1992, sendo agora um veículo que serviria para auxiliar na campanha política do então Deputado Estadual Jarbas Gato (pai do empresário Ranolfo Gato, dono do jornal) que lançou-se naquele ano para disputar a vaga de prefeito de Santana, mas acabou perdendo para Geovani Borges. Durou até novembro de 1992.
Houve uma tentativa de retomar em 2001, quando o empresário Ranolfo Gato foi eleito vereador de Santana, circulando ainda 08 edições nessa nova etapa, mas o vereador preferiu desistir do projeto por considerá-lo de alto custo.

Jornal "Mensageiro do Porto"


Período de circulação: Outubro/1986 a Janeiro/1987.
Total de publicações: 07 edições.
Lançado em 10 de Outubro de 1986, este foi o único jornal a circular em Santana durante a década de 1980, apesar da cidade portuária já ter um espaço privilegiado em diversos outros circulantes da época (como Jornal Marco Zero, Jornal do Povo).
Idealizado pelo empresário Jarbas Gato, o jornal tinha 06 páginas (havendo um encarte especial), e tratava mais de assuntos do interesse político do Amapá, registrando apenas inaugurações públicas e publicações de artigos assinados por grandes nomes como o então Deputado Federal Geovani Borges, o ex-governador do Amapá Comandante Anníbal Barcellos e o professor Antônio Pontes.
Inicialmente circulou de forma semanal, com tiragens de 500 exemplares, mas oscustos para sua publicação forçaram-no a circular de maneira quinzenal.
Em 16 de Novembro do mesmo ano (1986), Jarbas Gato lançou outro jornal (“O Combate”), dessa vez com circulação fixa em Macapá e Santana, e seu primeiro jornal (“Mensageiro do Porto”) se tornaria uma publicação suplementar do jornal “O Combate”, recebendo um novo título no suplemente (“Santana Flash”), com reportagens feitas por Robério Aleixo, durante até o final do jornal “O Combate”, ocorrida em dezembro de 1992.
Em seu curto período de duração, o “Mensageiro do Porto” testemunhou diversos eventos sociais e politicos, como duas importantes inaugurações ocorridas em Santana, visando o melhoramento local, que foi a entrega da Feira Popular do bairro Nova Brasília e o 1º sistema de abastecimento de água do bairro Jardim Paraíso, ambas construídas em 1986.