Possuindo um incomensurável acervo de informações históricas, passando de 11 mil assuntos (entre eles, mais de 300 dados biográficos de pioneiros santanenses e mais de 500 fotos históricas que registram o crescimento demográfico e social da cidade portuária do Amapá).



domingo, 5 de janeiro de 2014

Os Maiores Desastres da Navegação Amapaense

Mesmo não havendo um levantamento oficial, diversas embarcações, de pequeno ou médio porte, têm naufragado nos rios da região amazônica, resultando em mortes ou apenas em danos materiais. Em sua maioria, os motivos desses naufrágios tenham sido causados pela superlotação. Ou seja, o excesso de passageiros durante seu deslocamento pode ter levado a própria embarcação à pique, quando a mesma já se encontrava à certa distância do local de partida ou de chegada. 

Nas últimas quatro décadas, houve o registro de cinco grandes desastres na navegação amapaense que repercutiram negativamente sobre o Amapá. Dessas fatalidades marítimas, apenas o primeiro não foi considerado um naufrágio ocasional, e sim, um incidente provocado por um descuido humano. 

Incêndio do Barco “Veloso” – Na madrugada do dia 10 de fevereiro de 1972, o Porto de Santana foi tomado por pânico devido um forte incêndio, irrompendo sobre as águas do Rio Amazonas e tomando conta de algumas embarcações que estavam aportadas. 
O incêndio foi provocado pelo escapamento de gasolina de uma balsa que fazia desembarque no Porto de Santana, o qual se espalhou pelas periferias de todo o rio.
Num descuido de uma pessoa, nunca identificada, ao atirar um fósforo acesso, provocou o incêndio, surgindo, de imediato, um grande lençol de chamas cobrindo todo o rio. As fortes chamas destruíram completamente o barco “Veloso”, que ocasionalmente passava em frenteao Porto de Santana, matando nove (09) pessoas à bordo, todas membros de uma só família. 

Naufrágio do Barco “Novo Amapá” – Considerado um dos maiores desastre da navegação mundial, o barco ribeirinho “Novo Amapá” naufragou na foz do Rio Cajarí, sudoeste do então Território Federal do Amapá, na noite de 06 de janeiro de 1981, matando mais de 350 pessoas. Sem qualquer concepção superior (e fiscalização das autoridades), a embarcação deixou o Porto de Santana na manhã daquele mesmo dia, levando cerca de 600 pessoas e pouco mais de uma tonelada de bagagem e produtos comerciais.
Por volta das 21hs do mesmo dia, o barco tombou na região do Cajarí, causando centenas de mortes. Mesmo não havendo uma lista oficial com o número de passageiros, estima-se que a quantidade de mortos chegasse a 400 óbitos. A notícia do sinistro só chegou ao conhecimento do povo amapaense na manhã seguinte (07/01), quando dois sobreviventes desembarcaram no mesmo Porto de onde o barco partiu (distrito de Santana) trazendo as primeiras informações sobre o ocorrido.
As buscas pelas vítimas e sobreviventes duraram cinco dias, contando com apoio do Governo Amapaense, da Marinha Mercante e de embarcações particulares. As centenas de corpos recolhidos foram sepultados no Cemitério Municipal de Santana, onde também foi erguido um Memorial contendo os nomes das vítimas que morreram nesse naufrágio. 

Naufrágio do Barco “Cidade de Óbidos I”– Na madrugada de 26 de janeiro de 2002 ocorre o naufrágio do barco “Cidade de Óbidos I”, na região de Jarilândia, próximo ao município de Laranjal do Jarí, matando sete (07) passageiros. A embarcação havia deixado o Porto de Santana na tarde do dia anterior (25), com destino à região de Laranjal do Jarí, levando cerca de 180 pessoas, entre autoridades políticas e correligionários que participariam de uma programação política naquele município.
Por volta das 5hs da manhã do dia seguinte, a embarcação colidiu bruscamente com a Balsa Magalhães, que estava sendo guiada pelo empurrador Florezano Neto, abrindo um buraco de quase 2m do lado esquerdo do barco “Cidade de Óbidos I”, causando o rápido afundamento da embarcação.
Morreram no naufrágio: Karina dos Santos Couri (18), Ana Cláudia Colares, Luan Richard Guiomar dos Santos (primo de Karina dos Santos Couri), de 12 anos; Alexandre Júnior Leite de 03 anos (filho de Ana Cláudia Colares); Arquimedes Afonso (segurança na Prefeitura de Santana), Vítor Santos (empresário), Simone Teran (jornalista e esposa do então deputado estadual Manoel Brasil). 

Naufrágio do barco “Diamante Negro” – Por volta das 13hs do dia 11 de julho de 2011, o Barco Marítimo (B/M) “Diamante Negro” naufraga nas proximidades da localidade de Pau Cavado, no município de Chaves (PA) quando retornava para o município de Santana (AP). Pelo menos cinco (05) pessoas morreram no naufrágio e 32 sobrevivem. Morreram no naufrágio: Maria de Belém Souza Martins (35 anos), Darlene dos Santos Dantas (11 anos), Laíz dos Santos Dantas (06 anos), Catiane Santos Barbosa (16 anos) e Yasmim Gama Da Silva (11 anos). 


Naufrágio do Barco “Reis I”– Já passava das 11hs da manhã quando o Barco Marítimo“Reis I” naufragou no último dia 12 de outubro de 2013, nas proximidades do Igarapé das Pedrinhas, em Macapá, causando a morte de 18 passageiros dos mais de 60 que se encontravam a bordo.
A embarcação, que se encontrava alugada para a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Civil Federais do Amapá (Sindsep-ap), havia seguido para a capital amapaense, levando pouco mais de 40 pessoas (sua capacidade máxima) onde acompanhavam a procissão fluvial de Nossa Senhora de Aparecida, após passar por vistoria da Capitânia dos Portos.
Porém, após o encerramento da procissão, a embarcação tombou no Rio Amazonas quando já retornava para o município de Santana, levando dezenas de pessoas (em sua maioria, pessoas com mais de 35 anos e aposentados) para dentro d’água. Entre os mortos, também estava o comandante-proprietário da embarcação (Reginaldo Reis Nobre).
De acordo com informações levantadas pela imprensa, o embarque de novos passageiros durante o retorno pode ter sobrecarregado o barco durante o trajeto de vinda.

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